Pesquisas
Casarão da Fazenda Alegria, situado na Fazenda Inhumas, zona rural de Cordeiros-Bahia, é muito mais do que um antigo edifício; representa um valioso patrimônio cultural e histórico. Originalmente residência de José Moreira Cordeiro e, posteriormente, de sua filha Mercedes e seu esposo Joaquim Mutti de Carvalho, um caixeiro-viajante, médico-prático e ex-prefeito de Condeúba, que na época incluía Cordeiros, o casarão testemunhou uma rica trajetória de vida e memória. *
Figura 1 – Casarão da Fazenda Alegria em Cordeiros-Bahia. Fotógrafa Ana Beatriz Damasceno de Araújo. 2024. Acervo fotográfico do Museu Virtual Professora Noêmia Lourenço da Silva.
Ao longo do tempo, tornou-se um fiel depositário das experiências e histórias de muitos trabalhadores e suas famílias, acumulando uma miríade de narrativas que merecem ser descobertas e transmitidas às futuras gerações. * O casarão da Fazenda Alegria, símbolo da riqueza e da vitalidade cultural da região, enfrenta o risco de se perder no apagamento da memória devido à falta de preservação.
No entanto, o casarão enfrenta graves problemas de conservação. Está exposto a deteriorações que comprometem sua importância histórica e a memória da comunidade local. Apesar de ter sido um importante repositório de diversas memórias, desde a elite que estabeleceu a região até os trabalhadores que lutaram por seus direitos, a falta de cuidados atualmente ameaça essa valiosa herança. A deterioração contínua coloca em risco o legado cultural que o casarão representa, prejudicando a preservação das histórias e tradições que ele guarda.
Leandro Assis F. Lemos
Casarão da Fazenda Alegria: memórias do apagamento do patrimônio cultual e
histórico da cidade de Cordeiros
O casarão, que deveria servir como um testemunho tangível das origens e evoluções da cidade, está se transformando em um símbolo de esquecimento. Sem ações eficazes para restaurá-lo, o risco é que as histórias que ele representa se percam irreversivelmente, afetando a compreensão e a valorização da identidade cultural da comunidade. A deterioração do casarão não só enfraquece a conexão com o passado, mas também reduz a capacidade das gerações atuais e futuras conhecerem a história local.
A confluência dessas diferentes culturas e experiências formou uma narrativa histórica rica e multifacetada, que ainda molda a identidade de Cordeiros – Bahia. O Casarão da Fazenda Alegria, como testemunha dessas histórias, possui a responsabilidade de servir como um espaço de preservação e valorização da memória coletiva. É essencial que ações concretas sejam tomadas para evitar sua degradação, garantindo que a memória e história continue a conectar com o passado, presente e futuro da comunidade local. *
Com um planejamento minucioso e uma execução adequada, o Casarão da Fazenda Alegria tem o potencial de se transformar em um atrativo turístico da cidade de Cordeiros-Bahia. Essa transformação não apenas ajudaria a preservar o valor histórico do casarão, mas também poderia gerar receita e contribuir para a economia local.
Assim, é essencial evitar à degradação, pois ele representa memórias, vivências e histórias de gerações responsáveis na construção e que envolveram o processo histórico da cidade. Os munícipes e o Poder público têm a responsabilidade de preservar a história de seu povo através do respaldo ao cuidado patrimônio cultural, pois ele é um reflexo da identidade local. *

REFERÊNCIAS
SANTOS, Maria Socorro Soares dos. Patrimônio e identidade: uma experiência com Educação Patrimonial em Tomar do Geru/SE, 2006. 2007, 88 p. monografia – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE.
NASCIMENTO, Levon. O casarão da Fazenda Alegria em Cordeiros/BA. Folha de Condeúba, Condeúba, 10 jan 2018, Disponível em: https://folhadecondeuba.com.br/o-casarao-da-fazenda-alegria-em-cordeirosba/. Acesso em: 10 ago. 2024.
Este texto foi desenvolvido com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
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